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sábado, 7 de setembro de 2013

Como financiar um caminhão?

Especialista dá dicas para autônomos e transportadoras

Na hora de comprar qualquer bem, produto ou serviço é essencial pesquisar o máximo que puder sobre tudo que está disponível no mercado e encontrar a melhor solução para atender suas necessidades. Isso não deve ser diferente quando se vai comprar o caminhão próprio ou trocar o veículo por outro mais novo e escolher a forma de financiamento mais adequada para cada caso.


Segundo Ponceano Vivas, diretor institucional da ABBC (Associação Brasileira de Bancos), o consumidor deve se atentar a três fatores na hora de escolher a modalidade de crédito: o valor financiado, o prazo de pagamento e os custos da linha de financiamento. Ainda de acordo com ele, as linhas de crédito disponíveis para profissionais estradeiros autônomos são o Procaminhoneiro, na modalidade repasse ou leasing, CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e Leasing.

Enquanto na primeira opção, Procaminhoneiro via repasse, o cliente pode financiar até 100% do valor no banco, no caso Leasing, o total do financiamento estará limitado a 70% do preço do caminhão.

A forma como funciona o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e o Leasing, seus prazos, taxas e valores concedidos, muda conforme o banco ou a instituição financeira consultada, porém, de acordo com o governo federal, o limite para pagamento do empréstimo é até 60 meses. Entre todas, “a mais indicada para profissionais autônomos é a linha Procaminhoneiro, pois representa menores custos”, defende Ponceano.

Criado em 2006 pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o programa se destina a todos os profissionais do segmento de transporte rodoviário de cargas, e atualmente trabalha com taxas de juros de 5,5% ao ano, possibilidade de financiamento total do veículo – ou seja, sem valor de entrada – além do prazo de até 120 meses para pagar o empréstimo concedido. Mesmo com todas essas características, autônomos reclamam dos requisitos impostos pela linha de crédito para fechar o financiamento e dizem que o sistema beneficia mais empresários do que a categoria independente. 

Marcos Fernandes, gerente do departamento de suporte e controle operacional da área de operações indiretas do BNDES, não concorda com o que dizem os carreteiros. Segundo ele, os valores liberados nas vendas realizadas por meio do Procaminhoneiro são, em geral, concedidas na maior parte para micro e pequenas empresas, mas a diferença na comparação dos créditos destinados a pessoas físicas não fica muito atrás.

O relatório de desembolsos concedidos pelo programa mostra que enquanto a liberação para micro e pequenas empresas foi de R$767,7 milhões, em 2011, o valor concedido para pessoas físicas ficou em R$ 657,1 milhões. Já neste ano, os valores liberados até o mês de maio foram de R$ 135,3 milhões para empresários e R$126,3 milhões para autônomos. “O grande diferencial do Procaminhoneiro está no fato dele ser específico para os motoristas de caminhão, mas é preciso comprovar renda para ter acesso ao programa”, explica Marcos Fernandes.

Em relação à melhor modalidade de crédito para empresas, o diretor institucional da ABBC, indica os créditos Finame e Finame Leasing. “Elas representam custos mais baixos, nos dois casos os bancos repassam para as transportadoras até 100% do valor do bem, mas isso é válido apenas para pessoas jurídicas com faturamento anual igual ou equivalente a R$ 90 milhões, superior a isso, as modalidades podem financiar até 90% dos custos de veículos novos”, diz Ponceano.

O especialista explica ainda que, “nas situações de financiamento citadas acima, tanto para autônomos quanto transportadoras, vale ressaltar que o veículo ficará alienado à instituição financeira credora”.

A diferença na prática

Um carreteiro autônomo, com renda líquida mensal média de R$3.500, se fosse financiar um veículo novo no valor de R$ 150 mil pelo Procaminhoneiro, sem entrada e com carência de três meses para iniciar o pagamento, poderia financiar o bem em 120 prestações no valor de R$ 1.674,25. No final do empréstimo, o valor total pago seria de aproximadamente R$196 mil pelo caminhão, sendo cerca de R$ 44 mil de juros. Ao menos é o que aponta uma simulação realizada através de uma ferramenta recém lançada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), que possibilita simular o financiamento. A ferramenta está disponível para consulta na página da instituição.

De acordo com simulações realizadas na ferramenta, um veículo novo do mesmo valor, se fosse financiado por uma linha de crédito disponibilizada por outros bancos comerciais, sairia a 60 parcelas de R$ 4.446,71, com entrada obrigatória de 10% do valor do caminhão, ou seja, R$ 15 mil 

Já pelo financiamento feito com bancos de montadoras, seria necessária entrada de R$30 mil e 60 prestações de R$ 3.409,97 para quitar a comprar do veículo novo.

No momento da consulta no simulador da CNT, as únicas informações solicitadas são: se é autônomo ou empresário, se já possui algum financiamento, o que deseja comprar – veículo novo ou usado -, a renda líquida mensal do interessado, o valor do bem a ser financiado e quanto poderá dar de entrada. O sistema também permite a simulação sem o valor de entrada.

Por Iara Aurora – Foto: Arquivo

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