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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Para caminhoneiro, risco de câncer de pele é grande

Não só para caminhoneiros e carreteiros, como para todos os profissionais que trabalham expostos ao sol, mesmo que indiretamente. Se informe melhor com a matéria a seguir:

No Brasil, o câncer de pele é uma doença mais comum em homens, como os caminhoneiros, que ficam muito expostos ao sol na hora da carregar e descarregar o caminhão.


Dezembro é o mês de combate ao câncer de pele. A doença é responsável por 33% de todos os casos de câncer no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). E os homens lideram essa triste estatística. A boa notícia é que usar protetor solar regularmente reduz (muito) o risco de desenvolver a doença.

Segundo informações do INCA, o câncer de pele ocorre quando as células do tecido se multiplicam sem controle. O do tipo melanoma (o mais grave) é raro, mas pode até levar à morte.

O do tipo não melanoma, quando surge um tumor maligno com baixa taxa de mortalidade, é mais frequente. A doença acomete ambos os sexos e pode causar deformações no corpo. Os dois tipos têm cura quando descobertos logo no início.

Risco à doença varia conforme o fototipo

Professor da disciplina de oncologia clínica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ramon Andrade de Mello diz que o câncer de pele é mais comum nos homens porque eles são mais resistentes ao uso de protetor solar.

“O Brasil é um país com muita exposição ao sol. E isso está ligado diretamente ao aumento do risco do câncer de pele”, explica o oncologista. “Outro fator associado à doença é o fototipo (classificação numérica para a coloração da pele em reação à exposição solar) da pele.

A classificação do fototipo vai de 1 a 6. Quanto menor o número, maior o risco. Indivíduos classificados como nível 1 têm pele muito clara, cabelos ruivos ou loiros e olhos claros. Podem sofrer queimaduras solares graves rapidamente.

Pessoas do grupo 6 têm pele negra, cabelos e olhos pretos. Esses indivíduos nunca se queimam quando ficam expostos por longos períodos ao sol. Mas se bronzeiam profundamente.

Câncer de pele está ligado ao sol

Isso não significa que pessoas com pele negra sejam resistentes a doença. O perfil genético é determinante. Por isso, Mello diz que a prevenção é o fator mais importante no combate ao câncer de pele.

Em atividades em que a maior exposição ao sol é recorrente, o cuidado deve ser redobrado. Na operação de transporte de carga, por exemplo, o caminhoneiro autônomo costuma ficar mais exposto.

Isso porque muitas vezes esse profissional também é responsável por carregar e descarregar o caminhão. Se as docas
são abertas, o profissional acaba ficando ainda mais exposto ao sol forte.

Dezembro Laranja

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove neste mês a ação Dezembro Laranja. A ação, realizada desde 2014, visa alertar a população sobre a importância do uso regular do protetor solar.

A aplicação do produto deve ser feita pelo menos 30 minutos antes da exposição ao sol. Utilizar boné ou chapéu também é muito importante para reduzir o risco do surgimento da doença.

Mello recomenda que o protetor solar tenha, no mínimo, fator 40. Outra dica importante é não deixar de passar o produto em partes importantes do corpo, como orelhas, pescoço e pés. Além disso, o protetor deve ser reaplicado a cada duas horas.

Como reconhecer um tumor

O oncologista da Unifesp fala sobre algumas características do câncer de pele que podem ajudar o caminhoneiro a identificar a doença. “Ele (tumor) tem aparência elevada e brilhante, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida e sangra facilmente.”

Além disso, a lesão pode ser uma pinta preta ou castanha, que muda de cor e textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho. Outros formatos comuns são de mancha ou ferida que não cicatriza e continua a crescer, apresentando coceira constante, crostas, erosões e sangramento.

Em caso de dúvida ou suspeita de existência de lesão, é preciso procurar um dermatologista o mais rapidamente possível.


Fator de Proteção Solar

O Fator de Proteção Solar (FPS), indica quanto a mais do que normal a pele ficará protegida após receber o produto. Com o uso de um protetor com FPS 15, por exemplo, o tempo necessário para a pele sofrer a ação do sol é multiplicado por 15.

Para mostrar quanto tempo cada tipo de pele resiste ao sol, a revista Super Interessante criou o “Vermelhômetro”. O índice mostra quanto tempo cada tipo de pele pode ficar exposta antes de começar a sofrer com os raios solares.

A escala utilizou como exemplo atores de novelas da Globo. O tempo foi calculado considerando um dia de sol no Rio de Janeiro. Confira abaixo:

Extremamente sensível
FPS de 50 a 100
Débora BlochVerão: 5 min
Inverno: 14 minutos

Muito sensível
FPS de 30 a 50
Carolina Dieckmann
Verão: 7 minutos
Inverno: 18 minutos

Moderadamente sensível
FPS de 15 a 30
Rodrigo Lombardi
Verão: 8 minutos
Inverno: 22 minutos

Pouco sensível
FPS de 6 a 15
Lázaro Ramos
Verão: 14 minutos
Inverno: 29 minutos

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